Bicho que nem gente!

Nesses dias em que estive trabalhando no bazar vi quantos animais estão jogados vivendo na rua. Senti muita compaixão,e passei a colocar água e comida todos os dias na rua para eles. Por isso tenho recebido visitas  nas horas em que o bazar está aberto.

É engraçado observar como eles se parecem conosco,têm personalidades distintas:

·         Tem o capenga  orgulhoso,um pêlo longo branco com uma das patas  atrofiadas provavelmente devido a atropelamento,por que ele atravessa a rua como se pudesse parar os carros com um pum.

·         *Tem o serelepe, um castanho elétrico ,só vive correndo.dá uma lambida na água e corre,uma bocada na ração e pula.

·         Tem o bronco pêlo curto brigão,quer morder qualquer um que se aproxime das vasilhas enquanto ele está por perto.

·         Tem a  branquinha que sempre anda com o bronco,acho que são namorados.

·         Tem um quarteto amoroso: uma pretinha disputada por  um fortão pêlo curto preto,um branco compridão alto e magro,e um branco com uma mancha preta parecendo que jogaram tinta nele só ali. Todos querendo mostrar seu atributos e marcar o território.

·         Tem o sinistro.Ele tem os olhos cinza e uma expressão maldosa parece o lobo mau da história do chapèuzinho vermelho  ,esse não vem muito aqui .

·         Mas a minha preferida é a  malhadinha a quem chamei de “menina”.Ela aparece todos os dias  come ,bebe,depois olha pra mim e abana o rabo,como quem diz ;_obrigada.

Menina apareceu na noite de  Natal,com uma carinha triste de fazer dó. A gente deu da ceia pra ela ,ganhou um pedação de carne,foi o nosso presente de Natal pra ela,minha filha caçula disse que talvez ela nunca tenha comido carne boa,sem ser do lixo.Comeu bebeu como sempre abanou o rabo e entrou não quis ir embora,então deixamos que dormisse . talvez ela quisesse nos adotar como sua família,pensei eu.

No dia seguinte encontrei menina no mesmo lugar,educadamente ela não fez nenhuma bagunça (o que certamente não aconteceria se soltasse as outras peças raras que já tenho) cismei de lhe dar um banho já que a dita estava imunda.Ela como sempre educadamente tomou o banho não reclamou ou se sacudiu,mas logo que a soltei  Menina ganhou a rua.Deve prezar muito a sua liberdade.

Também tem uma gatinha malhada mais interessada no carinho do que na comida.

Porém o que mais me deixa triste são as pessoas terem atitudes que hipotéticamente deveriam ser dos animais.

Todos os dias sou obrigada a recolher as vasilhas à noite,porque as deixei e as pessoas roubaram,não respeitam nem o direito dos animais da rua se alimentarem. Se esquecem que todos nós ,homens, animais, plantas,toda a natureza em geral, fazemos parte desse grande organismo vivo que é o planeta Terra. E que Deus nos colocou como administradores,para cuidarmos de tudo,não para nos colocarmos acima de  tudo!

Meus olhos de borboleta viram!